[RESENHA] A PACIENTE SILENCIOSA

Por

A paciente silenciosa, de Alex Michaelides

348 p., Record
Goodreads: 4,06; Skoob: 4,3
Leitura: de 03/01/2020 a 05/01/2020




Primeiro livro do autor e um excelente suspense psicológico no qual conhecemos o terapeuta Theo Faber engajado na tarefa de ajudar Alicia Berenson, a “paciente silenciosa”, internada após ser acusada de assassinar seu marido, Gabriel, com cinco tiros à queima roupa.

A narrativa segue a linha bitemporal mostrando os acontecimentos atuais ladeados pelas memórias de Alicia, estampadas em seu diário, e do próprio Theo, que é o narrador em primeira pessoa da estória.

A cada insight proporcionado pela comparação das duas linhas temporais surge a dúvida sobre a identidade do real assassino, porque tanto poderia ser mesmo Alicia, cujo mutismo pode ser um disfarce sagaz ocultando uma mente assassina e extremamente meticulosa, como também Jean-Felix, dono da galeria onde Alicia expunha seus quadros, como Max, irmão de Gabriel, ou Paul, primo de Alicia, ou Kathy, esposa de Theo, ou mesmo o próprio Theo, que poderia ter dupla personalidade e nem saber que teria assassinado Gabriel. Afinal, logo no início do livro não é dito que “é preciso ser um pouco louco para ser terapeuta”? .
.
Tentar estabelecer a ligação entre os pontos e definir qual personagem reuniria todas as condições para ser o culpado é a linha que perpassa toda a obra, cuja narrativa é bastante bem construída, o mesmo podendo ser dito dos personagens, cuja psiquê é bastante profunda e exige uma leitura bastante atenta.

O autor, de origem grega, faz bastante uso de tópicos da mitologia e cultura grega para insinuar caminhos a serem percorridos na trama, o que torna a obra mais interessante, vez que eu aprecio mitologias desde 1989! Conhecê-la ajuda a decifrar a trama.

Recomendo.

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