[RESENHA] A LETRA ESCARLATE, de Nathaniel Hawthorne

"A letra escarlate", de Nathaniel Hawthorne

Penguin, 290p.
Leitura: de 26/01/2019 a 31/01/2019

Confesso que me surpreendi com a obra, que se trata de um romance de época retratando uma comunidade puritana de Massachusets, em 1666, envolvida com um caso de imoralidade.

Nela conhecemos Hester, cujo marido viajara há muito tempo para outro país a negócios, não dá qualquer notícia e descobre-se que ela engravidou de alguém da comunidade. A cena inicial é o seu julgamento por tal ato, presidida pelos anciãos e pelos pastores da igreja local.

A comunidade fica estarrecida porque as demais mulheres temem que seus maridos sejam o pai, ao passo que os maridos defendem o absurdo do adultério e a omissão do nome do cúmplice. Que possivelmente também estava ali, ou assistindo ao julgamento, ou sendo seu juiz.

Sua sentença é viver proscrita da sociedade, em residência apartada, e carregar, em todas as suas vestes, uma letra "A" vermelha, denominando o pecado de "adultério" cometido, e ela a cumpre.


Depois, enquanto a filha, Pearl, vai crescendo, ela paulatinamente se reintegra a sociedade como costureira, mas de forma bem limitada. As pessoas do vilarejo lhe dão serviços, mas não socializam com ela em hipótese alguma. Ela não é mais parte da sociedade, mas apenas uma serviçal remunerada.

Com o tempo o marido volta, só é reconhecido por ela e começa uma caça às bruxas (não, nada a ver com Salém!!!) para saber quem é o pai de Pearl mas esse não é o ponto central da obra.

A trama da obra perpassa ela toda para descrever o moralismo hipócrita dos religiosos que condenaram Hester, mas não fizeram o menor esforço para descobrir quem seria seu amante, em uma impressionante reconstrução das instituições de época que moldaram os EUA. A tensão das personagens é palpável e conseguimos supor quem seja o pai, mas isso só fica claro no final, que você terá que ler para descobrir.

Recomendo.

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