[RESENHA] Stalker, de Tarryn Fischer
Stalker, de Tarryn Fischer
Prazo de leitura: de 31/05/2018 até 03/06/2018

Este foi mais um livro recebido pela TAG Inéditos e foi uma grata surpresa.
A obra foi escrita por Tarryn Fischer, jovem autora sul-africana que já publicou treze livros, mas apenas seis foram traduzidos e vendidos no Brasil.
O livro é um thriller narrado por três pessoas diferentes, que são os protagonistas da trama: Jolene, Darius e Fig.
O ENREDO
Basicamente a obra gira em torno do casamento de Jonele, escritora, e Darius, psicólogo, pais da pequena Mercy, abalado pela chegada de Fig, que se muda para a casa ao lado. Basicamente Fig sofreu um aborto e enxerga na família de Jolene aquele ideal de família perfeita e... a quer para ela... Desse modo, ela passa a imitar tudo que Jolene faz ou comprar tudo o que ela tem para ver se consegue chamar a atenção de Darius para que ele se divorcie dela e forme uma família com a Fig, trazendo a pequena Mercy para completar o quadro.
O livro é narrado em três partes: a primeira narra a história sob a ótica de Jolene, a segunda segundo Darius e a última segue a visão da Fig, cada um narrando aquilo que mais lhe é importante necessariamente não fazem uma sequência linear da trama.
Assim, Jolene narra a história entremeando seus pensamentos pessoais sobre o que está acontecendo, suas impressões sobre Jolene a estar assediando ou não, mostrando um perfil muito frágil e crédulo, não se permitindo confiar nos alertas que lhe eram feitos por diversas pessoas acerca de Fig ser obsessiva.
Por sua vez, Darius é mostrado como um cafajeste, mas que em princípio tentou também alertar Jolene sobre o estranho comportamento de Fig. Basicamente ele passa boa parte de sua narrativa se gabando de suas conquistas sexuais e de como usa a Psicologia para tentar manipular as pessoas ao seu redor.
Fig é mostrada como "a injustiçada" quando seu ponto de vista é focado. Ela acha realmente que é melhor mulher que Jolene e que esta não merece a família que tem, então passa a mimetizar tudo que Jolene faz para tentar cativar Darius e Mercy.
Os três se tornam bons amigos por uns tempos, mas a medida que Fig vai se mostrando bastante obcecada por Mercy, Jolene passa a se defender e a defender sua família.
Este é um tipo de livro que não podemos falar muito porque qualquer antecipação ou spoiler pode estragar a percepção do enredo. Como já dito, não espere uma história com fluxo temporal linear. Não. Cada vez que perspectiva narrativa muda temos a impressão de que um longo período de tempo se passou, mesmo quando nos inícios é feita uma retrospectiva ou repetição de algo que já lemos em outra seção.
As repetições são interessantes porque permitem que analisemos um determinado fato sob diferentes óticas, facilitando a análise do todo, ou seja, possibilitando a construção de pontes entre os hiatos narrativos.
Há pessoas que não gostaram da obra, outras que não a entenderam justamente por conta esses "saltos" narrativos, mas a obra em si não pode ser classificada como difícil ou confusa, já que a prévia percepção da intenção da autora clareia e norteia a forma como temos que ler esse livro. É só uma questão de intimidade com o texto.
CONCLUSÃO
O que mais me agradou foi a mudança de perspectiva à medida que a narrativa prosseguia.
Ter o ponto de vista da Fig narrando parte da estória, para depois saltar para a ótica do Darius, pulando um pouco da linha temporal, mas acrescentando outros conteúdos, e o mesmo sendo feito depois com a visão da Jolene me pareceu uma técnica redacional bastante interessante.
Então, para quem aprecia o gênero de suspense (thriller), com cunho mais psicológico do que empírico, a obra é uma boa pedida.
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