[RESENHA] O ESPIÃO QUE SAIU DO FRIO


"O ESPIÃO QUE SAIU DO FRIO", de John Le Carré

Editora Abril, Coleção "Grandes Sucessos" (série branca) 
259 páginas
Ano: 1982 (possivelmente)

Período de leitura: de 26/01/2019 a 31/01/2019


Esse não foi o primeiro livro do autor que li, pois comecei pelo último, "Um legado de espiões", por engano, mas foi bom porque aquele lançou luzes sobre este por remeter a várias coisas que aconteceram nesta trama.

O enredo segue Alec Leamas, espião do "Circus" (nome fictício do serviço secreto britânico, supostamente baseado no MI6) em um intrincado jogo de espionagem durante a Guerra Fria no qual os países adversários tentam descobrir quais são as redes de espionagem do outro e qual o seu campo de ação.

Acontece o seguinte: os alemães estão desconfiados de que um alto funcionário do governo seja um agente duplo trabalhando para a Inglaterra e, por conta disso, é montada uma farsa pelo Circus para que Leamas seja mostrado como um traidor do serviço secreto, seja recrutado pelos comunistas e se infiltre em Berlin oriental para tentar desfazer as suspeitas sobre o aliado.

E qual a melhor maneira para isso? Não é proporcionar álibis ao suspeito, porque isso todo serviço de espionagem faria. É lançar suspeitas sobre outra pessoa. E Leamas faz isso de um jeito tão magistral que eu só compreendi o desfecho depois de terminar o livro, quando enfim me pareceu claro que a melhor estratégia era aquela usada, mas até então eu pensei que ele iria ser morto.

Não é possível dar mais detalhes sem cair no spoiler, porque Le Carré escreve de uma forma tão inteligente e realista que qualquer antecipação pode frustrar o leitor. Não espere nada como um "James Bond": aqui a espionagem é raiz.

É um livro, como os demais do autor que li, que requer sagacidade, raciocínio e perspicácia para acompanhar a trama, quase chegando a ser uma leitura difícil por exigir um bom bocado de massa cinzenta, mas é extremamente recompensador.

CONCLUSÃO

E então, prontos para adentrar o mundo da espionagem mais realista que a ficção pode proporcionar? Então leia John Le Carré.

Não há como se arrepender de tal leitura porque o autor efetivamente trabalhou no serviço secreto britânico e, analisando a forma que ele escreve, os diálogos, o enredo em si, o jogo cênico entre os espiões, etc., fica difícil saber se ele está realmente escrevendo ficção ou vários diários compilados sob o manto acobertador da ficção.

É um autor do qual já adquiri alguns livros e que está na lista de leituras, mas este deve ser lido com muita degustação sóbria, então não será algo que me proporei fazer de modo afoito, mas apenas quando o tempo generosamente o permitir.

#resenha #euamoler #livros #literatura #LiteraturaEstrangeira #LiteraturaContemporanea #LiteraturaClassica #amoler #LivrosClassicos #Distopia #thriller #thrillerpolicial #suspense #lereviver #lerliberta #lerebom #espionagem

Comentários

Mais vistos

[RESENHA] E não sobrou nenhuma... mas, sim, sobrou um: eu

[RESENHA] O CASAL QUE MORA AO LADO, de Shari Lapena

Minha meia-meta 2018