Relatórios passados (1)

Como disse, enquanto lia alguns livros eu postava comentários no Instagram e, acerca de Dom Quixote, eis o que escrevi à época:



"Uma curiosidade sobre Dom Quixote é analisar se Cervantes, na segunda parte do livro, não abordava um aspecto do preconceito contra portadores de necessidades especiais na época. Isso porque Quixote, notadamente, as tem: ele olha moinhos e diz serem gigantes, vê procissões e imagina serem nigromantes e inimigos.

E na segunda parte do livro a maioria das pessoas com as quais ele interage pregam-lhe peças para vê-lo devanear e tiram sarro disso.

Não sou expert, nunca li nada sobre esse ponto mas é algo a se observar quando você vai escavando camadas do romance. Faltam 120 páginas para acabá-lo, então poderei ver aonde me levou."

E finalizei minhas observações assim:

"E acabou-se Dom Quixote!!! E, acabando, pude ver que Cervantes tocava sim no aspecto da zombaria com portadores de necessidades especiais, mas de uma forma muito sutil, porque ele não faz qualquer reparo ao comportamento dos zombadores, nem faz qualquer critica social.

Penso que em meio às narrativas das peças que eram pregadas em Dom Quixote na segunda parte do romance havia apenas a descrição de possível ideologia dos "bem nascidos" que não se furtavam de usar aos demais para seu deleite, independentemente de isso causar mágoas ou dores físicas.

Mas isso fico tão de soslaio que um leitor desatento pode apenas dizer que o romance narra epopéias da loucura. E nada mais.

Mas enfim acabei a leitura e foi uma jornada muito interessante.

Aos próximos agora!!"

Como se nota, não sou nenhuma crítico literário, mas consigo enxergar alguns nuances interessantes.

Em seguida iniciei outras leituras, destes aqui:


Sobre Amor de Perdição minhas impressões foram as seguintes:

"E "Amor de Perdição" está acabado. 
É um livro bem característico de seu tempo, com bastante drama e linguajar culto. Retrata o amor impossível de pessoas de classe média alta, com educação esmerada e sem a apelação ao sensualismo contemporâneo e tem um viés que prefere mais explicar o estado de ânimo dos personagens do que o ambiente em que estão. 
Embora essa edição da Editora Escala, de 2006, tenha um imperdoável "spoiler" nas páginas 8 e 9, já antecipando o final da estória, ainda assim o trajeto foi interessante. Recomendo que, tendo esta edição, não leiam os comentários sobre a obra antes de terminá-la.

Não é uma leitura difícil, mas, claro, tem muita coisa que atualmente apenas existe em dicionários e é normal para uma obra de 1862."






E sobre Em Causa Própria (que livro para quem gosta de tramas jurídicas, em Tribunais norte-americanos!!!) opinei o seguinte:

"E o livro de fevereiro acabou antes do previsto, mas tenho um de estoque até vir o de março.

O que dizer da estória? Ela não é tanto um drama de tribunal, mas sim a "saga do guerreiro", advogado inexperiente, tímido, confuso, com vida pessoal caótica, com uma ambição mal gerenciada na carreira e que acaba chamando a atenção de todos sem o querer, mesmo cometendo gafes processuais.

Para distração é um bom livro, a leitura flui bem, mas faltou algo no caso judicial, que foi mais resolvido nos bastidores do que na habilidade dos advogados. Não lembra "O sol é para todos" ou "As duas faces de um crime", mas tem um bom enredo."




Comentários

Mais vistos

[RESENHA] E não sobrou nenhuma... mas, sim, sobrou um: eu

[RESENHA] O CASAL QUE MORA AO LADO, de Shari Lapena

Minha meia-meta 2018