Relatórios passados (4)

Nossa... só quando invento moda de referenciar o que já li e comentei é que me dou conta de que não foi pouca coisa.

Nada comparável aos Booktubers, que conseguem a proeza de ler até 5 livros simultaneamente e recebem livros de seus fãs e das editoras, o que não é meu caso, tanto pela falta de tempo, como pela consideração do binômio "custo do livro x disponibilidade para custeá-los"... rssss

Mas o meu acervo não é pequeno, então prossigamos.

Quando me propus a ler A sombra do vento, de Carlos Ruiz Zafon, eu não imaginava que seria uma coleção, mas é, motivo pelo qual tive que adquirir os demais volumes posteriormente. 


Essa leitura foi iniciada em 11/03 e foi um livro muito bem recomendado pela Sandra Raquel, uma simpática amiga portuguesa que conheci no finado jogo para Facebook "Fazendinha Feliz" ou "FarmVille", não me recordo agora... e todos sabem que a Europa é o berço incomparável da cultura, de modo que, sendo ela a recomendar, corri a ler... ou melhor, me sentei e me pus a ler e que grata surpresa!!!

Eis o relato:

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Diz a crítica que é bom, que vale a pena, que mistura bons gêneros!! Vamos ver se esse blended é bom como dizem!!



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O bom da leitura é poder tomar contato com a forma de pensar retratada numa camada social de época, da qual apenas nossos avós comentavam, para conseguir entender muito da construção e evolução da sociedade, ainda que estejamos lendo uma ficção e não um relato.








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E acabamos "A sombra do vento"! Excelente livro, muito bem escrito e com uma trama envolvente.

A narrativa gira em torno de Daniel Sempere, que em seu aniversário de dez anos é levado pelo pai, livreiro, a um sebo para escolher o livro que quisesse e ele escolhe um romance escrito por um tal Julian Carax, cujo título é o mesmo que dá nome a essa obra: "A sombra do vento". No livro Carax narra uma espécie de biografia misturada com ficção que encantam Daniel e o fazem inquirir mais e mais sobre o autor, que sumiu sem deixar pistas depois de armar uma pequena confusão em sua vida e na vida de uma rica família barcelonense, além do "recheio" de sua estória pessoal na juventude que vai encaixando com as sequências da trama.

Aí começa tudo!! E como eu não sou de fazer resenhas, paro por aqui, senão corro o risco de antecipar o melhor da estória: a instigante narrativa que prende do começo ao fim, os flashbacks, os nomes e tentar decifrar como tudo se encaixa.

Livro interessante, recheado de menções e citações de outros clássicos da literatura universal, tal qual um certo personagem se fazer passar por um tal "Bacharel Sansón Carrasco", que é personagem de "Dom Quixote", entre outras tantas mais." 


À seguir, li o clássico Os litigantes, de John Grisham, mais uma trama de tribunais que aprecio muito, ao mesmo tempo que lia os Contos, de Andersen:









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Agora iniciarei um colecionador de best sellers, John Grisham, com "Os litigantes". Nada sei sobre o livro, mas a orelha informa que se trata de uma pequena firma de advocacia com só dois sócios que, ao ingressar um terceiro, assume um caso de grandes proporções.

Bem, eu aprecio livros de temática jurídica, nos quais costumo comparar o Direito Processual estrangeiro ao brasileiro e ver no que se aproximam e no que se distanciam, já que há quase nada desse aspecto escrito no Brasil. 

Sei que usualmente os best sellers têm a fama de serem ruins, leituras medíocres apenas para vender, sem conteúdos grandiosos e bem elaborados, mas de todos que li não senti tal coisa. Deve ser preconceito quanto a um autor bem sucedido.

Que comecem os jogos!!! PS.: antes que pensem se tratar de um livro juvenil, Daniel encontra o livro aos 10 anos, mas a narrativa da estória parte de seus 16 anos e é acompanhado por figuras adultas.


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"Os litigantes" de John Grisham

A leitura está sendo muito fluida!! Grisham sabe aliar as rotinas de Tribunais com um senso de humor mais-que-sarcástico e isso torna o livro muito proveitoso.

Isso porque no sarcasmo pode se esconder, como de fato se esconde, a tendência ao exagero pelo qual você traça comparações com a realidade.

Por exemplo, todos conhecem a expressão "advogado de porta de cadeia" e sabe o que ela significa.

Pois bem, neste livro somos apresentando à versão "Grisham" na forma dos "advogados de acidentes de trânsito", que identifica bem os dois protagonistas da firma Finley & Figg: estabeleceram seu escritório próximo a um cruzamento movimentado e toda vez que ouviam um acidente corriam até lá para distribuir cartões, sem desconsiderar a chance deles se estapearem com advogados de um escritório em frente e que faziam o mesmo!! É hilário!! Obviamente a secretária deles também é "sui generis"!! É de se rir sozinho!! E, enfim, parece que a sorte grande começa a olhar para eles quando um terceiro advogado (de Harvard) se junta a eles e pessoas começam a morrer por causa de um medicamento para colesterol!! A coisa está meio nebulosa, muitas tramas e tratativas processuais, por isso tá interessando cada vez mais! 

Página 187, de 447, então ainda tenho muito chão pela frente!

Continuemos.

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"Os litigantes" de John Grisham.

De onde será que Grisham tirou essa de que grandes empresas contribuem para o financiamento de campanhas de Partidos de situação e de oposição, e que cobram por isso posteriormente?? Isso nenhum brasileiro jamais imaginaria acontecer. Só existe na ficção mesmo!!.









(4)  "Contos de (Hans Christian) Andersen"



Eita que essa leitura está bem interessante!

Embora seja inegável o caráter pedagógico dos contos e fábulas, esses aqui são peculiares por misturarem alguns de manifesta devoção cristã com as lendas e mitos locais e nem sempre terminando em "finais felizes". Na verdade alguns são bem infelizes.

Quem já viu alguma animação do "Soldadinho de Chumbo" não imagina que o final "bonitinho" ali visto destoa completamente do conto original. O mesmo vale para "O tratador de porcos" e outros.

Andersen não se importava de passar a mensagem básica de que "se você desprezou a moral, você vai pagar caro por isso" e alguns contos chegam a ser sinistros quando revelam o destino de certos protagonistas.

Claro que isso torna a leitura muito mais interessante.

Continuemos.


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E enfim acabei ambos:

1. Contos, de Andersen; e

2. Os litigantes, de John Grisham.

Os Contos são aquele meu velho apreço pela literatura catequética moral laica. Não entendeu nada? Simples: era a forma literária de ensinar moral às pessoas, instalando os mesmos valores cristãos, sem fazer pregação ou proselitismo.

Nela se mostram todos os princípios básicos da Moral sob a ótica cristã, ensinando que seus atos têm consequências para o bem ou para o mal e que elas perpassam a sua vida.

Se num conto é dito que uma garotinha ficou completamente desamparada no frio, sob a neve, não é relatado, sempre, que alguém veio resgatá-la, mas sim que ela morreu, mas imediatamente foi recebida no Céu por Deus. Isso ensinava que muitos problemas não terão solução na vida, mas a bem-aventurança aguarda nos céus.

Acho interessante.

Grisham foge dos clichês de entupir seus personagens com problemas e depois dar uma solução mágica. Não. Eles amargam derrotas e depois têm uma pequena compensação social e que vale a pena.

Recomendo as leituras.

De agora em diante cheguei às minhas leituras atuais, pois iniciei Tocaia Grande, que ainda estou lendo, bem como os Contos dos irmãos Grimm, de modo que as atualizações não precisam ser tantas por dia, mas podem seguir meu ritmo de descobertas e que seguirão sem atropelos.


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