Relatórios passados (2)
E, novamente, enquanto lia me recordei desta coleção comprada em um sebo de Birigui, que comentei:
"Essa coleção de autores nacionais e portugueses do século XIX está na minha mira faz tempo e creio que entrará nas minhas metas 2018 também, mas após junho.
Aguardemos."
Ou seja: material para agendar há e muito!! Mas realmente terá que ficar para o segundo semestre. Não consigo viver para ler.
Prosseguindo, inventei de entrar num grupo de WhatsApp que debatia livros lidos e propostos para um mês. Em fevereiro o escolhido foi Um estudo em Vermelho, de Arthur Conan Doyle.
O debate no grupo foi pífio, deixando bastante a desejar, porque ninguém escrevia nada, não discutiam o que era escrito, enfim, ficou morno e não houve nova proposta após fevereiro, mas fiz os comentários na seguinte forma:
"Parecendo nada ter mais a fazer, inventei de entrar em uns grupos de leitores/leituras no WhatsApp e uma das propostas era ler esse romance para debates no mês. Li.
É interessante, foi a primeira aparição de Holmes e não tem nada a ver com o antigo filme "O enigma da pirâmide" (1985), que mostrava o primeiro encontro de Holmes e Watson. Foi neste romance que isso aconteceu, não ali.
A trama em si nada tem de singular ou única. É até bem banal, mas serviu para mostrar a forma do raciocínio lógico e analítico de Sherlock e só por isso já vale a leitura. Demos um desconto, vai: foi o primeiro romance investigativo de Sir Arthur Conan Doyle.
Notei que para manter o ar de mistério e criar a aura de perspicácia em Holmes o autor opta por omitir partes das estratégias do detetive aos leitores e só as revelar ao final do livro. Por exemplo, sem spoiler, digamos que para descobrir algo Holmes precisaria ir a uma tabacaria supostamente para comprar cigarros, quando na verdade ele teria encontrado cinzas de um tipo específico de charutos que só se vendiam ali e que fossem caros e essa jornada servisse para ele saber quem seriam os compradores daquele tipo caro de fumo e, de quebra, os potenciais criminosos e, sabido isso, combinaria com o vendedor uma senha (ex.: Que horas são, amigo?) para ser entregue ao cliente que reunisse as demais características do criminoso, que ele já saberia, porque isso faria com que ele, passando por apreciador refinado de charutos e buscando outros apreciadores, o atraísse para uma armadilha. Nada disso seria narrado por Doyle, que preferiria surpreender o leitor fazendo com que o criminoso, por exemplo, perguntasse as horas a Sherlock no meio de uma rua qualquer quando estivesse em companhia de Watson e de policiais, para que Holmes, de imediato soltasse um "esse é o criminoso! Podem prendê-lo". Como se vê, tudo fica misterioso se partes dos planos são ocultados ao leitor, mas não faz com que a trama fique mais inteligente, porque Doyle explica tudo depois. Não foi um livro que o leitor ia descobrindo as coisas e pistas junto a Holmes, mas um livro de revelações só.
Bom, lição de casa feita, deixe-me voltar aos meus próprios cronogramas."
Dando sequência, meu escolhido foi o clássico Fábulas, de Esopo:
E meus comentários:
"(1)
Ainda fingindo ser desprovido de preocupações quanto ao tráfego irretornável do tempo, decidi intercalar meu cronograma de leituras com este mega clássico de Esopo.
Quem me conhece sabe que eu sempre fui entusiasta das fábulas e contos clássicos por causa das motivações e propósitos a que elas se davam.
Tanto é assim que eu sempre estudei mitologias pelo mesmo motivo e tenho livros dos "Contos de (Hans Christian) Andersen", os dois volumes das "Fábulas de La Fontaine" e os "Contos de Fadas dos Irmãos Grimm". Cada um teve sua popularidade, alguns foram aproveitados em desenhos animados, filmes e séries de TV, mas nada se compara com o destrinchar das fontes, ainda que eu só leia as versões em português.
Ficarão para a próxima intercalação, sem dúvidas!
(2)
Acabei hoje as Fábulas de Esopo, obra genial e já vou adiantando: não dá pra passar pela vida sem lê-lo!! Melhor ir dando seus pulos para providenciar a leitura, pois terá tudo de aprazível!
Só fica uma observação: esse não é um livro para crianças. Não pense encontrar aqui historietas de tudo dando certo no final, de triunfo da inocência sobre a astúcia ou de "finais felizes". Aqui não é a fonte dos contos de Grimm ou Perrault... É o mesmo gênero, mas com finalidades diferentes.
Esopo ensinava a moral prática em suas fábulas, então muitas situações desagradáveis podem ser lidas. As vezes as crianças gostam, mas o público original era adulto.
Enfim, li."
Depois destes, achei mais dois: Fábulas, de Fedro e Contos, de Andersen, que já seguiram para a lista:
"Olha que achado: nem me lembrava que eu tinha as Fábulas de Fedro!! Acabei de encontrar e já entrou para a lista de leituras paralelas do semestre!! Andersen estava programada a uns...13 anos (comprei em 28/06/2005) e agora vai entrar também!
Vamos curtir as férias!!!"
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